sábado, 4 de outubro de 2008

Documentário a rotina de astros do pornô


Um dos filmes mais insólitos do Festival do Rio é sem dúvida o documentário 9 to 5, o Dia a Dia do Pornô, do diretor alemão Jens Hoffmann. Ele terá apenas duas sessões neste sábado, às 16h e às 20h10 no Cine Palácio

Em entrevista à mídia brasileira, o diretor contou como foi mergulhar nesse curioso mundo das pessoas que fazem da relação sexual uma profissão regular.


Foi difícil convencer essas pessoas a dar entrevista? O mais complicado foi explicar que eu não era repórter de TV, mas sim um diretor de cinema. A TV vem, faz suas perguntas e vai embora. No meu caso, eu passei muitos meses acompanhando o dia-a-dia, cheguei a morar na casa de alguns, muitas vezes sem a câmera, para ir ganhando confiança.


E como é esse dia-a-dia? É curioso, pois eles levam uma vida absolutamente normal, mas há diferenças entre um ator pornô dos EUA e da Europa. Enquanto nos EUA as atrizes viram estrelas famosas e ganham muito dinheiro, na Europa elas têm outras profissões, fazem aquilo apenas por dinheiro. As americanas assumem sua condição de porno-stars, tem fã-clubes e são admiradas pelos vizinhos. Já as européias precisam esconder, dizem que fazem outra coisa.


Existem casais de atores que são casados. Como é a vida afetiva deles? Eles levam trabalho para casa? Nós filmamos um que leva uma vida quase normal. A diferença é que transam de dia como profissionais e quando chegam em casa têm suas relações sexuais afetivas, como qualquer casal que se ama. Há atores que são casados com pessoas comuns, que respeitam o trabalho do parceiro. Há de tudo um pouco nesse universo.


Uma coisa preocupante é que nos filmes os atores não usam preservativos. Além de ser um péssimo exemplo, não é perigoso pelo risco da aids? O problema é que o público não quer assistir filmes onde se use camisinha. Os produtores perceberam isso e passaram a filmar sem. Eles procuram se cercar de cuidados, todos fazem exames regularmente. Há quem exija exame de HIV feito dois dias antes das filmagens. Além disso, os atores são profissionais. Sabem que uma doença significa o fim da carreira e procuram se cuidar.